Nem sei se quero continuar fazendo teatro.
Se não mudar nada, não quero teatro.
Se não causar nenhuma inquietação, não quero teatro.
Se não mudar a vida de alguém, não quero teatro.
Se não transformar uma parte da sociedade, mesmo que seja uma pessoa somente.
Não quero teatro.
Se não implantar um pouco de amor nas relações, não quero teatro.
Se não tirar um sorriso sincero, não quero teatro.
Se não acontecer várias coisas que estou pensando agora, não vou querer teatro nunca!
Teatro não dá de comer a ninguém...
Não dá de comer nem a mim que faço teatro!
Teatro não apara o frio de quem vê e de quem sente.
Teatro não dá banho em quem vê e em quem fede.
Teatro não ama na realidade, ama na ficção!
E sem amor não se pode dar de comer, não se pode aparar o frio e nem se pode dar banho em alguém que nunca experimentou um sabonete esfoliante para pele extra-seca da marca da natureza.
Quero ser a pessoa do teatro que ame na realidade.
Quero ser a pessoa do teatro que dê de comer a alguém que esteja com fome.
Quero ser a pessoa do teatro que ofereça um banho com sabonete e toalhas brancas e macias.
Quero ser a pessoa do teatro que abrace num dia que esteja fazendo muito frio e que tente aparar esse frio que congela até os corações.
Quero fazer teatro pra tudo isso e para os mais abastados, para os mais incluídos socialmente, quero servir de contemplação para que eles sejam um dia pessoas que façam tudo isso também.
Um comentário:
mesmo q a única pessoa q mude seja você mesma? bom, o mundo já estaria diferente...
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